BERTINO (1928-2014)

BERTINO (1928-2014)

“BACH” - Escultura em cerâmica moldada, recortada, vidrada e pintada, trabalho francês do séc. XX. Interessante e raríssima escultura de feições modernistas, constituída por vários painéis com pilastras verticais de sessão quadrangular, encimadas artisticamente por diversas letras recortadas com o nome do célebre compositor “Johann Sebastian Bach”. Painéis cerâmicos assentes e colados em base de aglomerado de madeira. Decoração vidrada e escorrida em vários tons. Verso com uma etiqueta em papel, colada na base do aglomerado, com a seguinte inscrição, pelo cunho do artista: {BERTINO // PARIS – 1982 // F-371 – 9.371}. Por baixo as impressões digitais do artista inseridas em papel, colada também na base do aglomerado. Para ver obras idênticas, consultar o site: [https://gulbenkian.pt/cam/artist/bertino/]. Escultura bem conservada.

Dim: 31x26,5x42,1 cm

 

Nota: Bertino Cordeiro do Nascimento – Pintor e escultor português, radicado em França. Nasceu no Porto em 1928. Bertino cedo revelou a sua inclinação para as artes plásticas, sendo bolseiro da Fundaç& ;ati lde;o Calouste Gulbenkian. Ao longo da sua vida, participou em numerosas exposições individuais e colectivas, em particular com o grupo letrista, no qual se inclui parte significativa do seu trabalho artístico. Para além da pintura, praticou também a escultura  (de madeira e argila), montagens (objectos) e criou instalações. Em maio de 1958, expôs no Salão do Turismo, em Coimbra. No ano seguinte, Bertino muda-se para Paris, cidade onde viverá até ao fim dos seus dias. Com o objectivo de revelar talentos em ascensão, em Junho de 1960, o Secretariado Nacional de Informação organiza o II Salão dos Novíssimos, em Lisboa. Ao lado de Bertino, são também convidados a expor Ângelo de Sousa,  António de Assunção Sampaio,  António Quadros, Artur Bual,  Charters de Almeida,  D’Assumpção,  Irene Vilar, Mário Eloy,  entre outros. Em 1968, expôs com Manuel Cargaleiro na Casa de Portugal, em Paris. Em 1969, na Galeria Interforma, em Lisboa, na exposição intitulada “Relevos”. Numa iniciativa do historiador Joaquim Veríssimo Serrão, Bertino foi um dos convidados para a mostra “10 ans d'art portugais à Paris, 1960-1970”, patente no Centro Cultural Português da capital francesa, entre Abril e Junho de 1971. Cargaleiro,  José Escada,  Júlio Pomar,  Lourdes Castro,  NadirAfonso e René Bértholo foram outros dos convidados para esta colectiva. Em Novembro de 1975, em Lisboa, a Sociedade Nacional de Belas Artes acolheu a exposição “Levantamento da arte do século XX no Porto”. Bertino marcou presença, ao lado de Alberto Carneiro,  Álvaro Lapa,  Amadeo de Souza-Cardoso,  António Cruz,  Armando Alves,  Augusto Gomes,  Dordio Gomes,  Emerenciano,  Fernando Lanhas,  Nadir Afonso,  Salvador Barata Feyo,  Zulmiro de Carvalho, entre outros. Em 1978, Bertino expôs individualmente no Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, sob o título “La musique classique: peintures, sculptures”. A Companhia de Seguros Império, em Paris, acolhe “Bertino: peintre et sculpteur de la musique classique”. Em 1992, o Convento dos Cardais, em Lisboa, acolheu a “Exposição táctil” reunindo obras de Bertino e Ana Jotta,  António Duarte,  Jaime Azinheira,  Jorge Barradas,  José Aurélio e outros. Em 2009, na Casa de Portugal, na Cité Internationale Universitaire de Paris, realizou a mais completa exposição de Bertino, centrada na literatura mundial, sob o título “De Sócrates a Tolstoi”. Bertino faleceu em Paris, em 2014, sendo o seu corpo cremado no cemitério do Père-Lachaise. Várias das suas obras integram hoje as colecções do Museu Calouste Gulbenkian. Ref. Biog. Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses. [pág. 410] // Michael Tannock. [pág.48].